Painel FCDL

Tecnologia, quando bem utilizada, pode ajudar a conquistar o cliente

Os formatos de relacionamento mudaram. Prova disso é que, na metade de 2018, já
havia 3,8 milhões de pessoas usando o Tinder. Essa rede social, assim como quase
tudo no mundo, tem pontos positivos e negativos: pode criar relações superficiais,
mas, ao mesmo tempo, pode abrir portas para um relacionamento feliz e
duradouro. Contudo, o que o uso de um app como este pode dizer sobre o laço
entre pessoas e organizações? Será que a relação empresa-cliente se tornou
superficial? Ou será que ainda é possível gerar engajamento e envolvimento em
longo prazo?

Na visão de Solemar Andrade, CEO da Plusoft, o relacionamento do consumidor com
as empresas não se tornou superficial. Na verdade, para ele, o que aconteceu foi
uma evolução clara da relação de consumo. Hoje, o cliente tem a opção de escolher
o que quer, em vez de ser dominado pela comunicação de uma empresa, afinal, a
informação está em todos os lugares.

Naturalmente, o principal motor dessa transformação foi o celular. Por estar nas
mãos do consumidor o tempo todo, ele permite o acesso à informação, à
comparação de produtos, às opiniões de consumidores e amigos. E isso torna a
tomada de decisão mais complexa. É indiscutível que as empresas estão atentas a
isso, porém, muitas delas não sabem exatamente como agir diante desse novo
contexto.

Diante disso, muitas organizações se empolgam com o avanço da tecnologia e
acabam por utilizá-la mal. A URA é um exemplo clássico nesse sentido: é muito
comum que as empresas incluam opções demais nessa solução e deixem o cliente
cansado de esperar pela opção que deseja. Ou, pior do que isso, é possível que
adicionem ofertas entre as opções de autoatendimento. É evidente que o cliente,
com pressa para solucionar seu problema, ficará insatisfeito e não fará a compra.
Com sorte, esperará até ser atendido – automaticamente ou por um humano,
dependendo da necessidade.

Isso sim, na visão de Andrade, é capaz de afastar empresas e consumidores. “Os
clientes têm problemas ou dúvidas para solucionar, então, é preciso entender e dar
a eles a opção correta, de forma simples”, explica. “Se isso acontece, todo o encanto do primeiro momento acaba”.

Fica clara a necessidade de usar a tecnologia de
forma assertiva, garantindo a qualidade do relacionamento tanto na venda quanto
no pós-venda, permitindo que o cliente esteja, como mencionou o CEO, no controle
da relação.

Esse poder se manifesta também no desejo pela personalização: o cliente deseja
serviços que “deem match” com ele – como se diz no Tinder, quando duas pessoas
se gostam. Para Andrade, essa questão é um desafio que envolve desde tecnologia
até estratégia. “Personalização é mais do que oferta; é também cuidado com o canal
preferido do cliente, o conhecimento do melhor horário para falar com ele e uma
análise profunda de como não ser invasivo” afirma.

Mas, assim como outros desafios, esse pode ser solucionado pelo uso correto,
assertivo e estratégico da tecnologia, como identifica o CEO da Plusoft. E é cada vez
mais urgente que as empresas estejam atentas a esses fatos, afinal, já não é mais
possível usar as velhas estratégias de abordagem na hora da venda – e muito menos
no atendimento ao cliente. O consumidor mudou e as empresas precisam estar de
olhos abertos para isso. Só assim será possível conquistá-lo.

 

Fonte: Consumidor Moderno